domingo, 2 de novembro de 2014

Mude meu look - um programa que respeita indivíduos. Ou não?

Quartas são os dias em que eu domino a TV aqui de casa.
Normalmente, eu e meu marido compartilhamos a TV: vemos filmes, seriados, documentários. Exceto nas quartas-feiras, onde eu assisto o que eu quero. Todos os outros dias são dele. E nestes dias, eu assisto a Discovery Home and Health. Adoro ver os programas de moda. É divertido.
Ou melhor, era.

O primeiro programa que assisti neste canal foi "Esquadrão da Moda". Esse eu gostei de cara, porque além de gostar do jeito malvado de Stacy e Clinton (meu lado mau tb é desse jeito), muitas das pessoas que participam deste programa estão com uma auto estima baixa, preguiçosas, e elas se sentem muito bem no final. Cansei de chorar ao fim dos episódios!

E um dia anunciam o "Mude meu look". Eu conhecia o formato, mas nunca tinha dado atenção. Ao ver o cabelo da apresentadora, a estilista Jeannie Mai, pensei "esta temporada vai ser do balacobaco! Olha o cabelo da apresentadora! Vou assistir". Os primeiros episódios me deixaram bem contente. Afinal, como não ficar feliz com estes sorrisos?


Genevieve from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Genevieve


Chrystie from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Chrystie


Jessica from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Jessica


Convenhamos que elas parecem bem mais confiantes e felizes, né? Eu gosto de ver como as pessoas se sentem bem depois de uma banho desses.
Mas daí assisti a outras transformações, como estas:


Mia from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Mia



Ivy from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Ivy



Bethany from How Do I Look? hosted by Jeannie Mai on Style Network
Bethany


Aí não gostei.
Olhando as 3 acima, percebeu que antes elas eram todas diferentes de si, depois ficaram tão parecidas, tão "pasteurizadas". Eu fiquei em choque. 

Entendo que muitas destas mulheres estavam tendo problemas em seu trabalho ou faculdade, ou mesmo vida amorosa, por causa do visual. De fato, não é todo mundo que acha bonito, que não se sente intimidado, que entende o conceito. Quem vive neste universo sabe. Mas precisa deixa-las todas iguais? Por que? Por que tirar o diferencial deste jeito?

A única participante alternativa que vi e gostei, infelizmente, não consegui fotos. Ela teve uma repaginada, mas respeitando o seu jeito e idade. No fim, ela estava linda...e continuava gótica. De vestido preto, batom vermelho, um sapato bonito. Ela estava diferente, mais sofisticada, mas ainda era ela. Era tão visível. Bem diferente das meninas acima. Eu não vejo mais a roller, a cyber, a goth.

E depois disso, não sei o que pensar sobre minhas quartas-feiras. Eu gostava tanto, agora vem um gosto amargo na boca quando vejo. Se é isso que os programas americanos fazem, num programa apresentado por uma mulher de cabelo azul com roupas fashionistas, o que faria a dita "sociedade"?

Talvez um novo 1984. Talvez como em Equilibrium. Uma nova sociedade igualitária, mas só nas roupas. Porque no gosto pessoal, não há espaço para o diferente. Eu sou diferente. E eu acredito no diferente, no alternativo.
Agora assisto TLC nas quartas-feiras. Bem feliz.

Fonte das fotos aqui
Carpe diem, carpe noctem, finis est initium.

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